Influência de atores sociais é arma para acelerar agenda do desenvolvimento sustentável
Sem engajamento de todos os stakeholders (partes interessadas) não há como acelerar a agenda do desenvolvimento sustentável. Mas como envolver empresas, governos e comunidades nas questões de responsabilidade socioambiental? Esta indagação norteou a apresentação dos participantes do painel Cooperação , Trabalho Colaborativo e Parcerias Efetivas Engajamento dos Públicos Interessados: o Vírus da Mudança, no primeiro dia da programação da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos. O painel, que teve como palestrante/moderador o diretor executivo da SustainAbility, Mark Lee, reuniu o vice-presidente de Operações do Walmart Brasil, Marcos Ambrosano; o diretor da Itaipu Binacional, Nelton Miguel Friedrich; e o responsável pela Administração e Finanças da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio (RO), Antonio Cardilli, que apresentaram cases de sucesso de suas empresas.
A influência dos atores sociais, como organizações não-governamentais (ONGs), e das comunidades nas tomadas de decisões de empresas privadas foi destacada por Mark Lee como sendo crucial para acelerar a implantação de uma agenda do desenvolvimento sustentável. Essas ações têm surtido efeito, embora a um ritmo menos intenso do que o esperado, segundo ele. Para Lee, a atuação desses atores vive atualmente um ponto de mudança, em que emerge a necessidade de se repensar os rumos que essa atuação terá para os próximos 10 anos: continuar adotando mecanismos de pressão sobre governos e empresas ou intensificar campanhas de protestos que levem a mudanças de atitude de forma mais rápida.
Os cases apresentados no painel deram uma mostra da importância da participação dos diversos stakeholders em projetos sustentáveis. Responsável pela Administração e Finanças da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio, no Rio Madeira, Antonio Cardilli expôs o projeto Acreditar, com atuação junto à população de Porto Velho. A comunidade a ser impactada pela implantação da usina vem sendo beneficiada com projetos integrados de educação, qualificação de mão-obra e geração de renda. Desde 2006, quando começaram as obras de engenharia da hidrelétrica, o uso de mão-de-obra local saltou de 30% para 85%. O projeto atende 420 jovens de 14 a 17 anos que são remunerados com ajuda de custo para estarem presentes nos cursos.
Marcos Ambrosano, do Walmart Brasil, destacou as ações de sustentabilidade que vem sendo implantadas e que envolvem os 80 mil funcionários da rede no Brasil e seus fornecedores. O termo sustentabilidade no Walmart não foi enclausurado em departamentos. Abraçamos integralmente os princípios do consumo consciente, disse ele, ressaltando que a empresa assumiu um compromisso público de envolver toda a cadeia, seja estimulando o desenvolvimento de produtos sustentáveis ou a participação de seus colaboradores em ações comunitárias.
O case destacado pelo diretor da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, centrou-se no programa Cultivando Água Boa, que envolve cerca de 300 mil pessoas em 29 municípios e foca na sensibilização da comunidade por meio da criação de comitês gestores. O projeto valoriza a economia local e investe no aumento das parcerias comunitárias.
PLURALE
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